21 de outubro de 2011

ENEM/Geografia: A LONGA CAMINHADA DA MULHER NO BRASIL

professor Alexandre Simões



BRASIL COLÔNIA

Os portugueses impõem a moral e as regras da sociedade patriarcal européia e portuguesa. As relações familiares entre as classes mais ricas organizam-se a partir da autoridade do chefe da família. As uniões são determinadas por interesses econômicos. As mulheres são confinadas ao espaço doméstico, suas vestimentas públicas cobrem o corpo todo, e se submetem à figura do patriarca.

Não existem mulheres entre as figuras históricas dos primeiros 300 anos de colonização do Brasil. No período da independência, destaca-se a figura da baiana Maria Quitéria, mas que para tanto, precisou se fazer passar por homem.


Maria Quitéria pegou em armas na luta pela independência do Brasil, nos combates travados para expulsar as tropas portuguesas da Bahia, em 1822 e 1823.
Fugiu de casa com o uniforme militar de um cunhado e se alistou passando por homem. Por bravura em combate é promovida a cadete. Com o fim da guerras seu disfarce é descoberto. Foi condecorada por D. Pedro I e levou a vida no anonimato.





IMPÉRIO

A partir de 1808 o Brasil se abre ao estrangeiro, o que faz chegar novas ideias ao país, trazidas pelos estrangeiros. 
Em 1822 são permitidas às meninas participarem dos níveis básicos da escola, mas proibida a sua presença nos mais adiantados.
Em 1873, Chiquinha Gonzaga torna-se a primeira maestrina nacional.



REPÚBLICA

A Nova Zelândia foi o primeiro pais do mundo a conceder o direito de voto às mulheres.
No Brasil, nos centros urbanos, as primeiras fábricas e o comércio passam a absorver o trabalho feminino.
A professora Leolinda Daltro funda em 1910 o Partido Republicano Feminino. O partido exige em 1917 o direito de voto às mulheres. Em 1932 o presidente Getúlio Vargas institui, com o novo Código Eleitoral, o direito de voto feminino.
A paulista Carlota Pereira de Queiroz elege-se deputada para participar da Assembléia Nacional Constituinte.


Com a Segunda Guerra Mundial as mulheres foram maciçamente incorporadas ao mercado de trabalho.
Nos anos 1960 os movimentos feministas atingem a sua força máxima. A pílula anticoncepcional dá às mulheres mais controle sobre o próprio corpo.
A Constituição de 1988 consagrou importantes direitos da cidadania.  Hoje temos prefeitas, governadoras, vereadoras, deputadas, senadoras e a presidenta da República. Das 190 nações do mundo, 17 são governadas por mulheres.

ENEM/Geografia: Após documentário, FHC é chamado de corajoso a farsante

professor Alexandre Simões



Ex-presidente recebe críticas e elogios por defender a descriminalização de drogas leves, como a maconha

"Quebrando o Tabu", que estreou na última sexta, mostra exemplos de políticas que deram certo em outros países

O papel de âncora no filme "Quebrando o Tabu", que estreou na última sexta-feira, colocou Fernando Henrique Cardoso na berlinda. Ao defender a descriminalização de drogas leves, como a maconha, o ex-presidente é chamado de farsante a corajoso.
"Faz tempo que nós que trabalhamos na área estamos em sintonia com a ideia de que mais repressão às drogas não resolve nada", diz Henman, do Conselho Estadual de Entorpecentes e autor do livro "Mama Coca".
No longa de Fernando Grostein, o ex-presidente percorre vários países para mostrar experiências exitosas em relação a drogas. Entre elas, a de Portugal, onde o consumo de maconha deixou de ser crime e passou a ser infração administrativa.
Em entrevista à Folha, no domingo passado, FHC disse que seu governo foi ambíguo. "Confesso que não tinha a posição que tenho hoje, porque não tinha informação."

"Quebrando o Tabu" serve para acelerar o debate em torno da liberação no Brasil de drogas à base de maconha usadas no tratamento de câncer e Aids.



A MACONHA NO MUNDO – E NO BRASIL

PAÍS
A LEI – COMO FUNCIONA
Brasil
É crime portar drogas para consumo, mas, desde 2006, existe maior tolerância e o usuário não vai preso.
China
Traficantes são condenados à morte e os viciados precisam seguir programa de desintoxicação
França
A lei do país não distingue posse para uso pessoal ou para o tráfico
Portugal
Uso pessoal foi descriminalizado em 2000.
Holanda
Consumo é liberado nos “coffeeshops”, mas a venda é proibida fora deles.
Argentina
Uso pessoal  porte foram descriminalizados em 2009.
Japão
Uso proibido e usuário pode ser preso ou pagar multa.
Inglaterra
Porte da droga não leva à prisão.
Estados Unidos
!5 Estados (entre os quais a Califórnia) permitem o uso medicinal. No Texas o usuário pode ser preso com qualquer quantidade.


19/06 - EDITORIAL
Legalizar as drogas

Após descriminalizar o uso pessoal, em 2006, país deve acelerar debate na direção de rever proibição da maconha e outras substâncias banidas

            A decisão do Supremo Tribunal Federal de autorizar a Marcha da Maconha dá ensejo para retomar o debate sobre legalização e descriminalização das drogas.

          Em realidade, existem dois debates. O primeiro, sobre descriminalização, ou despenalização (eliminar ou abrandar punições ao consumidor), avançou de forma considerável no Brasil.

          O segundo, sobre legalização (autorizar produção, venda e consumo de substâncias hoje proibidas), mal caminhou por aqui.




O QUE FAZER?

CURTO PRAZO

- Autorizar uso da maconha em rituais religiosos.

- Classificar tipos e quantidades de droga como critérios para diferenciar consumidor do traficante.

- Incentivar debate internacional sobre legalização.

MEDIO E LONGO PRAZOS

- Legalizar a maconha.

- Controlar e taxar produção e comércio da droga.

- Acumular dados e estudos sobre consumo.

- Referendo (consulta após) para ratificar a legalização da maconha.

- Plebiscito (consulta antes) para incluir drogas mais pesadas.

ENEM/Geografia: Jânio queria o poder absoluto, mas fracassou


Presidente acreditava que voltaria ao Planalto com o apoio da população, mas esqueceu de consultar os militares

Jânio Quadros foi eleito presidente com 48% dos votos (na época não havia segundo turno), mas renunciou após sete meses de governo, a 25 de agosto de 1961. 

         Jogou o país numa grave crise política, que só foi encerrada, duas semanas depois, com a posse do vice-presidente João Goulart, mas com a mudança do regime político, do presidencialismo para o parlamentarismo.
         Jânio teve uma carreira meteórica: em sete anos passou de prefeito de São Paulo (1953) a governador (1954) e presidente eleito (1960).

         Ele foi o primeiro político que transformou o combate à corrupção em plataforma eleitoral. Com a vassoura, um gestual histriônico e um português recheado de formas oblíquas, transformava cada comício em um show. 

         Venceu a eleição para a prefeitura sem base partidária, outra característica sua. Meses depois, em 1954, derrotou seu arqui-inimigo, Adhemar de Barros, para o governo do Estado.
Abriu vários inquéritos para apurar supostas irregularidades dos governos anteriores. Insistia na tese de que para ele a política era um enorme sacrifício pessoal e que aguardava ansioso o final do governo para se recolher a vida privada. O sofrimento era pura representação.

          Em 1961 derrotou Teixeira Lott que era apoiado pelo presidente Juscelino Kubitschek.
Fez um governo bipolar. Adotou um programa econômico conservador. Em contrapartida implantou a política externa independente, rompendo com o alinhamento automático com os EUA em plena Guerra Fria, quando a questão cubana estava no auge. 
         Desejava o poder absoluto. Tentou um golpe de sorte: a renúncia. Isto sem que tivesse ocorrido nenhuma grave crise. De forma abrupta resolveu abandonar a Presidência. Imaginou que retornaria a Brasília nos braços do povo e com amplos poderes. Puro delírio. Saiu da base aérea de Cumbica solitário, guiando um DKW, rumo ao litoral, de onde partiu dias depois para a Inglaterra.

25/08
A renúncia de Jânio, um enigma decifrável

JÂNIO QUADROS NETO


No dia 25 de agosto de 1991, Jânio estava internado no Hospital Albert Einstein, já no final de sua vida (morreria menos de seis meses depois, no dia 16 de fevereiro de 1992). Mesmo muito enfermo, estava lúcido. No apartamento, a TV estava ligada, e o jornalista Carlos Chagas comentava a renúncia, analisando várias teorias.

          Ao ouvi-lo, Jânio ficou bastante irritado e até xingou em reação ao que ouviu. Naquele momento, criei coragem e perguntei: "Então por que você renunciou?".
Jânio respondeu: "Aqueles que os deuses querem destruir, eles primeiro os fazem presidentes do Brasil. Quando assumi a Presidência, não sabia a verdadeira situação político-financeira do país. A renúncia era para ter sido uma articulação, nunca imaginei que ela seria de fato executada. Imaginei que voltaria ou permaneceria fortalecido. Foi o maior fracasso da história republicana do Brasil, o maior erro que cometi. Esperava um levantamento popular e que os militares e a elite não permitissem a posse do Jango, que era politicamente inaceitável para os setores mais influentes da nação na época".

          Lembro-me de outra afirmação marcante: "A coisa mais difícil de  fazer quando você está no poder é manter a noção da realidade. Ser presidente é a suprema ironia, por ser um todo-poderoso e um escravo ao mesmo tempo".

          Churchill disse uma vez que a política é bem mais perigosa do que a guerra. Isso porque na guerra você só pode morrer uma vez. Creio que o genial estadista tinha razão.