21 de outubro de 2011

ENEM/Atualidade: “Pela primeira vez na história das Nações Unidas uma voz feminina inaugura o debate geral”




     Foi o que afirmou a presidenta Dilma Rousseff ao fazer seu batismo internacional.
     O discurso foi na quarta, 21, em Nova York na Assembleia Geral da ONU, da qual coube a Dilma fazer o discurso de abertura, isso porque tradicionalmente é o presidente brasileiro que faz este discurso, tendo em vista que o nosso país foi o primeiro, há 66 anos, a assinar o termo de adesão à Organização das Nações Unidas (ONU).
Pela primeira vez ela. Foto: Roberto Stuckert/PR

     A plateia não podia ser melhor: 191 líderes de nações, acompanhados de seus ministros, assessores e secretários. Logo que Dilma proferiu suas primeiras palavras, as que dão título a este post, todos aplaudiram-na: “Pela primeira vez na história das Nações Unidas uma voz feminina inaugura o debate geral”. Dilma estava no topo do mundo, levando, é claro, cada um dos 190 milhões de brasileiros e brasileiras.
     Em seu discurso Dilma falou em nome do Brasil, assim como Lula, mas também falou em nome das “mulheres que ousaram participar da política” e dos países emergentes, as grandes potências do mundo: “É a voz da democracia e da igualdade se ampliando nesta tribuna que tem o compromisso de ser a mais representativa do mundo” e por isso Dilma também clamou para que a Palestina seja reconhecida como Estado: “apenas uma Palestina livre e soberana poderá atender aos legítimos anseios de Israel por paz com seus vizinhos”.
     O discurso não demorou mais do que 25 minutos, isso graças a cortes feitos pela presidenta em um discurso preparado por uma equipe especializada do Itamaraty, claro com o acompanhamento de Dilma. O texto demorou quase um mês para ficar “perfeito” e foi assim ficar nos últimos minutos exigidos pela ONU para traduzir as palavras proferidas em todos os idiomas representados na Assembleia.
     Depois de descer do “ponto mais alto do mundo” Dilma sentiu-se realizada. A fala havia sido clara, concisa, objetiva e significou muito. Além, é claro, de diferenciar-se de Lula, o principal ponto buscado por Dilma: demonstrar continuidade, não manobrismo por parte do ex-presidente.
     Diplomatas brasileiros passaram a acreditar depois da fala de Dilma, que esta fala “perfeita” levou o Brasil para mais perto de ganhar uma representação permanente no Conselho de Segurança da ONU, tão almejado por esta nação, desde o governo Lula. “O Brasil está pronto para assumir suas responsabilidades como membro permanente”, foi o que afirmou a presidenta em sua fala. O Conselho de Segurança está “enrolando” há 18 anos para fazer reformas em suas bases.
     “É significativo que a presidenta de um país emergente, que vive pleno emprego, venha falar aqui hoje, com cores tão vívidas, dessa tragédia que assola, em especial, os países desenvolvidos”. Foi assim que Dilma cobrou os países ricos para estes solucionarem seus problemas econômicos, a crise econômica criada por eles mesmos. “Países superavitários devem estimular seus mercados e, quando for o caso, flexibilizar suas políticas cambiais, de maneira a cooperar para o reequilíbrio da demanda global” – foi o puxão de orelha para a China.
Obama discursou logo depois de Dilma. Teve que ouvir o puxão de orelha e ficar quieto. Foto: Jason Szenes/EFE

     Já para os EUA, segundo país a discursar, a presidenta enviou uma bomba: “Não é por falta de recursos financeiros que os líderes dos países desenvolvidos ainda não encontraram uma solução para a crise. É, permitam-me dizer, por falta de recursos políticos ou de clareza de ideias” – a diplomacia impede que Dilma cite, aqui, o nome de Obama, que fez campanha prometendo solucionar os problemas, mas que até agora aprovou apenas um conturbado pacote de saúde pública.
     Dilma deixou Nova York no dia 22, muito maior do que chegara, deixando na cabeça de cada líder mundial o que de fato é o Brasil, este país forte, que, sim, tem seus enormes problemas, muitos idênticos aos dos ricos, que com o crescimento econômico e o início da distribuição de renda e, claro, com o apoio internacional poderá soluciona-los, além de solucionar os de muitos outros, com empréstimos internacionais.
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