21 de outubro de 2011

ENEM/Geografia; OITO MESES DE EBULIÇÃO NO MUNDO ÁRABE

professor Alexandre Simões



A Primavera Árabe, iniciada em janeiro na Tunísia, despertou novamente. Os governos interinos enfrentam protestos pela demora em implementar reformas.


O RESUMO DA PRIMAVERA ÁRABE

04.01 – Funeral do tunisiano Mohamed Bouazizi que ateou fogo ao próprio corpo em dezembro de 2010, em protesto contra a policia atrai milhares de pessoas. Tem início os protestos no país.

14.01. – Após 10 dias de confrontos entre manifestantes e militares na Tunísia, o ditador Ben Ali renuncia e foge para a Arábia Saudita.

25.01. – Começa a crise no Egito. No “Dia de Fúria” milhares vão as ruas para exigir a saída de Hosni Mubarak.
11.02. – Após 30 anos no poder o ditador egípcio não resiste à pressão popular e renuncia após 30 anos de poder.

15.02Dois mil manifestantes protestam em Benghazi, na Líbia, por causa da detenção do ativista de direitos humanos Fethi Tarbel.

26.02 – A ONU aprova sanções contra Gaddafi, bloqueia os seus bens no exterior e impõe o embargo das armas.
16.03 – Início na Síria: forças de segurança prendem 150 manifestantes que pediam a libertação de parentes em Damasco.

19.03 – Começa a intervenção militar internacional contra as forças de Gaddafi.  Um semana depois, a OTAN assume as operações.

19.03Egípcios vão as urnas pela primeira vez depois da queda de Mubarak e, com 77% dos votos, aprovam a reforma da Constituição.

23.05 – União Européia aplica sanções a Bashar Assad e mais nove membros do governo sírio.

03.08 – Tem inicio o julgamento de Hosni Mubarak no Egito. Doente, ele chega de maca ao tribunal, e é mantido preso em uma jaula.

21.08OTAN bombardeia o quartel general de Gaddafi e um aeroporto em Trípoli. Os rebeldes dizem ter tomado ao menos 90% da capital; paradeiro do ditador é desconhecido.

RESUMO DA PRIMAVERA ÁRABE

As manifestações resultaram na derrubada de dois chefes de Estado: o presidente da Tunísia, Zine El Abidine Ben Ali, fugiu para a Arábia Saudita em 14 de janeiro, na sequência dos protestos da Revolução de Jasmim; e no Egito, o presidente Hosni Mubarak renunciou em 11 de Fevereiro de 2011, após 18 dias de protestos em massa, terminando seu mandato de 30 anos.

Durante este período de instabilidade regional, vários líderes anunciaram sua intenção de renunciar: o presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, anunciou que não iria tentar se reeleger em 2013, terminando seu mandato de 35 anos.[25] O presidente do Sudão, Omar al-Bashir também anunciou que não iria tentar a reeleição em 2015.

A revolução democrática árabe é considerada a primeira grande onda de protestos laicistas e democráticos do mundo árabe no século XXI.

Estes regimes, nascidos dos nacionalismos árabes dentre as décadas de 1950 e 1970, foram se convertendo em governos repressores que impediam a oposição política credível que deu lugar a um vazio preenchido por movimentos islamistas de diversas índoles.

Estas revoluções não puderam ocorrer antes, pois, até a Guerra Fria, os países árabes submetiam seus interesses nacionais aos do capitalismo estadunidense e do comunismo russo. Com poucas exceções, até a Guerra Fria, maiores liberdades políticas não eram permitidas nesses países. Diferentemente da atualidade, a coincidência com o amplo processo da globalização, que difundiu as ideias do Ocidente e que, no final da primeira década do terceiro milênio, terminaram tendo grande presença as redes sociais, que em 2008 se impuseram na internet. Esta, por sua vez, se fez presente na década de 2000, devido aos planos de desenvolvimento da União Europeia.[38] A maioria dos protestantes são jovens (não em vão, os protestos no Egito receberam o nome "Revolução da Juventude"), com acesso a Internet e, ao contrário das gerações antecessoras, possuem estudos básicos e, até mesmo, graduação superior. O mais curioso dos eventos com início na Tunísia foi sua rápida difusão por outras partes do mundo árabe.

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