Ex-presidente recebe críticas e elogios por
defender a descriminalização de drogas leves, como a maconha
"Quebrando o Tabu", que estreou na última sexta, mostra exemplos de políticas que deram certo em outros países
"Quebrando o Tabu", que estreou na última sexta, mostra exemplos de políticas que deram certo em outros países
O papel de âncora no
filme "Quebrando o
Tabu", que estreou na última sexta-feira, colocou Fernando Henrique Cardoso
na berlinda. Ao defender a descriminalização de drogas leves, como a maconha, o
ex-presidente é chamado de farsante a corajoso.
"Faz tempo que nós
que trabalhamos na área estamos em sintonia com a ideia de que mais repressão às drogas não
resolve nada", diz Henman, do Conselho Estadual de Entorpecentes e
autor do livro "Mama Coca".
No longa de Fernando
Grostein, o ex-presidente
percorre vários países para mostrar experiências exitosas em relação a drogas.
Entre elas, a de Portugal, onde o consumo de maconha deixou de ser crime e
passou a ser infração administrativa.
Em entrevista à Folha, no
domingo passado, FHC disse que seu governo foi ambíguo. "Confesso que não
tinha a posição que tenho hoje, porque não tinha informação."
"Quebrando o
Tabu" serve para acelerar
o debate em torno da liberação no Brasil de drogas à base de maconha
usadas no tratamento de câncer e Aids.
A MACONHA NO MUNDO – E NO BRASIL
PAÍS
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A LEI – COMO
FUNCIONA
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Brasil
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É crime portar drogas para
consumo, mas, desde 2006, existe maior tolerância e o usuário não vai preso.
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China
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Traficantes são condenados
à morte e os viciados precisam seguir programa de desintoxicação
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França
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A lei do país não distingue
posse para uso pessoal ou para o tráfico
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Portugal
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Uso pessoal foi
descriminalizado em 2000.
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Holanda
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Consumo é liberado nos
“coffeeshops”, mas a venda é proibida fora deles.
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Argentina
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Uso pessoal porte foram descriminalizados em 2009.
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Japão
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Uso proibido e usuário pode
ser preso ou pagar multa.
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Inglaterra
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Porte da droga não leva à
prisão.
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Estados Unidos
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!5 Estados (entre os quais
a Califórnia) permitem o uso medicinal. No Texas o usuário pode ser preso com
qualquer quantidade.
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19/06 - EDITORIAL
Legalizar as drogas
Após descriminalizar o uso pessoal, em 2006, país deve acelerar debate na direção de rever proibição da maconha e outras substâncias banidas
A decisão do Supremo Tribunal Federal de autorizar a Marcha da Maconha dá ensejo para retomar o debate sobre legalização e descriminalização das drogas.
Após descriminalizar o uso pessoal, em 2006, país deve acelerar debate na direção de rever proibição da maconha e outras substâncias banidas
A decisão do Supremo Tribunal Federal de autorizar a Marcha da Maconha dá ensejo para retomar o debate sobre legalização e descriminalização das drogas.
Em realidade, existem dois debates. O primeiro, sobre descriminalização, ou despenalização (eliminar ou abrandar punições ao consumidor), avançou de forma considerável no Brasil.
O segundo, sobre legalização (autorizar produção, venda e consumo de substâncias hoje proibidas), mal caminhou por aqui.
O QUE FAZER?
CURTO PRAZO
- Autorizar uso da maconha em rituais religiosos.
- Classificar tipos e quantidades de droga como critérios para diferenciar
consumidor do traficante.
- Incentivar debate internacional sobre legalização.
MEDIO E LONGO PRAZOS
- Legalizar
a maconha.
- Controlar
e taxar produção e comércio da droga.
- Acumular dados e estudos sobre consumo.
- Referendo
(consulta após) para ratificar a legalização da maconha.
- Plebiscito
(consulta antes) para incluir drogas mais pesadas.
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